ANCHYSES JOBIM LOPES *  

Brasil Terra de Resistências Mil






Relexões sobre as ortodoxias da prática psicanalíca e sobre a questão da análise leiga.

Texto apresentado no VI Fórum Brasileiro de Psicanálise, Porto Alegre, Julho 2001.



Introdução
Um saber científico ou filosófico jamais é definitivo ou dogmático; mas uma prática sempre incompleta e em eterno por terminar . Há vinte e cinco anos entrei neste barco de saber e prática, que traz em sua proa a pergunta: O que é isto: a Psicanálise? Barco que há muitas décadas, tendo aportado no Brasil, também nos indaga: Onde vou, onde me conduzem, quem levo e por que em mim viajam?

Desde os primeiros anos, no divã e nos grupos de estudo, através dos vários anos de ensino e prática, até a gestão de uma instituição psicanalítica a pergunta O aue é isto: a Psicanálise? , além de sua origens e fundamentos, também sempre nos indagou: Como se transmite?, O que é a prática psicanalítica?, Para que serve uma instituição psicanalítica?

Nestes vinte e cinco anos presenciamos várias mudanças quanto à história da Psicanálise no Brasil: desde um saber cujo objetivo é descobrir as origens e história de uma pessoa, mas cujo estudo das próprias origens e história no Brasil era tabu; até o presente, onde o questionamento externo sobre os limites da Psicanálise, bem como a tentativa de sua apropriação pelas mais diferentes instituições e grupos exógenos à sua história e princípios mostram como se trata de um significante muito valioso, mas considerado terra sem dono . Tornou-se impositivo que se redescubra as origens e a História da Psicanálise em nosso país que, bem ou mal estão atrelados ao desenvolvimentos das sociedades psicanalíticas no Brasil.

A História da Psicanálise no Brasil serve de tema para muitos congressos futuros e muitos livros. Primeiro tentemos limpar o terreno, discorrendo sobre algumas das condições atuais da transmissão, ensino e prática da Psicanálise, o que necessariamente também conduz a refletir sobre suas origens e fundamentos, e a algumas reflexões sobre a dinâmica própria das sociedades psicanalíticas.

Freud: Paradigma e Weltanschauung
Durante quase quarenta e cinco anos, desde os Estudos sobre Histeria até os escritos só postumamente publicados, Freud manteve-se coerente e fiel consigo mesmo. Criou novos conceitos, reformulou outros, mas com a exceção de suas idéias sobre a ansiedade, nunca modificou inteiramente os conceitos mais antigos. A coerência e a integridade intelectual foram sua marca registrada. Mesmo o autoritarismo que lhe é adjudicado, visto hoje sobre uma perspectiva histórica, parece bastante compreensível. Ao longo do tempo os caminhos de Jung, Adler, Rank e Reich mostraram-se bem diversos dos de Freud; Stekel, além de personagem de caráter duvidoso, não demonstrou obra que perdurasse; apenas o episódio de Tausk permanece como nódoa de motivos até hoje pouco esclarecidos, algo entre o medo da rivalidade e a inveja inconsciente do mestre e grande pai. Afinal, temos uma prova de que Freud era humano, demasiadamente humano.

Aliada à coerência e integridade intelectual, Freud deixou a mística do grande gênio incompreendido que, principalmente no início, teve de lutar contra tudo e contra todos, inclusive amigos que lhe eram tão caros como Breuer e Fliess. Apesar de que tal incompreensão, e mesmo hostilidade dos meios médico e intelectual, tenha sido por vezes em parte contestada por alguns biógrafos e historiadores, não resta dúvida que de fato ocorreu e que necessitou de boa dose de coragem por parte de Freud.

Permanecer à margem em relação a uma carreira universitária tradicional e estável foi uma das principais marcas da trajetória de Freud. A perseguição pelos Nazistas e a morte no exílio concluíram a tarefa de moldar a imagem romântica do gênio iconoclasta, incompreendido e perseguido. Como dizia o próprio fundador da Psicanálise que sempre estamos em busca de um pai, a personagem Freud oferece-se com todas as qualidades ideais para aqueles que queiram com ele identificar-se, adotá-lo e segui-lo.

Todas as características acima também completam o quadro clássico das características ideais do fundador de uma nova ciência, de um novo e subversivo paradigma, descritas por Thomas Kuhn em A Estrutura das Revoluções Científicas (1978; LOPES, 1985) E este livro é uma das mais respeitáveis e influentes obras de Filosofia da Ciência do século XX. Segundo Kuhn, um novo paradigma só pode ser construído e defendido por alguém à margem das estruturas de poder e saber dominantes. Sem compromisso não há muito o que perder. Pelo contrário, motivos bem concretos existem para que se despreze e torça pela obsolescência dos donos do poder e saber instituídos.

Mas não basta ser revolucionário apenas em aparência. O novo paradigma tem de ser coerente, bem estruturado como um conjunto de leis e teorias, capaz de solucionar problemas até então insolúveis, bem como estar apto a prever futuros desafios e antecipar novas descobertas. A luta entre o velho e o novo foi batizada por Kuhn de Revolução Científica . A ciência e o conhecimento não crescem de modo lento, seguro e gradual, mas por saltos, rupturas, inquisições e fogueiras.

Criado pelo gênio e coragem de seu fundador, que o constrói como vasta estrutura horizontal, o novo paradigma deve permitir que as gerações futuras, através da pesquisa, o ampliem verticalmente. A pesquisa por meio das normas estabelecidas pelo paradigma lenta e seguramente vai tornando-se mais árdua, à medida que cada vez menos fatos novos existem para serem descobertos, e mais problemas são propostos ou englobados pelo próprio paradigma. Além disso um paradigma nunca é só um paradigma, por detrás há a ideologia e as crenças de seu fundador, que em algum grau refletem parte de sua sociedade e de sua época.

De Freud sabemos que: tinha orgulho em ser judeu, mas dizia-se ateu, era violentamente crítico de toda tradição judaico-cristã, deixava o dia a dia da política de lado ( até que a Gestapo bateu à sua porta ), acreditava no progresso positivo da ciência e de uma ética racional como único meio de melhorar a humanidade, apesar de que tivesse uma visão trágica e pessimista da natureza humana. No trivial Freud comportava-se como um vitoriano ascético e bem burguês, de gostos um tanto limitados em relação à arte; a grande excentricidade e sintoma eram uma refinada e sempre crescente coleção de antigüidades. Por mais que Freud conscientemente tenha escrito que a Psicanálise não é uma Weltanschauung , hoje tal ponto de vista é olhado de soslaio. Como descreveu o poeta W. H. Auden (1986) quando da morte de Freud, o fundador da Psicanálise era não mais uma pessoa, mas todo um clima de opinião.

Psicanalista: não ler Freud, não se tratar

A transmissão do paradigma psicanalítico sempre trouxe questões que lhe são peculiares. Primeiro: não há Psicanálise possível sem a leitura da obra de Freud. Com ou sem Retorno à Freud , não existe psicanalista que como tal possa intitular-se - seja ele Kleiniano, Winnicotiano, Lacaniano - sem longo estudo da obra do fundador do paradigma. Por vezes lê-se, ou sabe-se do ensino de algo que seria Psicanálise, do seguinte modo, relatado de modo caricatural por Philippe Julien ( 1993):
(...) Lacan seria o retorno de Freud e teria assim tornado o inútil o texto freudiano com suas lacunas (...) Só nos restaria pois ler o texto lacaniano abandonando o texto freudiano, visto que o primeiro teria integrado o segundo.

Seria lícito perguntar-se por meio de que mandato post-morten de Freud tal exegese exclusiva foi autorizada, tornando-a superior a qualquer outra. Além de remeter-nos ao aforismo de Barthes de que toda interpretação prévia é um modo de culpabilizar o leitor, pensamos também no exemplo da própria reforma Protestante, em sua luta para que os cristãos, depois de quase um milênio de textos apenas em latim, só conhecidos de segunda mão, através da interpretação oficial da Igreja Católica, tivessem direito a ler a Bíblia diretamente e em seus idiomas vernáculos

Segunda questão: não basta a leitura da obra de Freud. Como o próprio fundador do paradigma assinalou, intelectualmente podemos aprender algo sobre a Psicanálise, mas a Psicanálise ela mesma só se aprende no divã, mesmo que não precise mais ser a ortodoxa cama turca que Freud utilizava e que hoje tornou-se marca registrada para os leigos.

Pode-se depreender destas duas peculiaridades - e a partir do que foi dito sobre paradigmas e seus fundadores - que para assimilar a Psicanálise entra-se em intensa relação transferencial com o fundador do paradigma e com o(s) próprio(s) analista(s). Em paralelo entra-se também em transferência com a genealogia das psicanálises. Por maiores que tenham sido as cisões e dissidências, sempre é possível traçar a origem do divã de cada um de nós ao próprio Freud, ou aos analistas selvagens ou semi-selvagens que lhe foram contemporâneos, destacando-se de modo especial Paul Federn.

O primeiro corolário da questão da leitura da obra de Freud e da análise pessoal, bem como da relação transferencial e genealógica com a história do movimento psicanalítico, é que a Psicanálise não pode ser transmitida apenas como uma disciplina ou especialidade universitária, lato ou stricto sensu . Como ironicamente escreveu o próprio Freud nas Conferências Introdutórias, em 1916 ( 1978): todos tornam-se adeptos da Psicanálise, contanto que a Psicanálise os poupe. Depreende-se que a tentativa de uma transmissão apenas intelectualizada possa converter-se em um grande foco de resistência.

O segundo corolário é que a leitura da obra e a análise pessoal, assim como a relação transferencial e genealógica têm de ser prioritárias. Como diz o ditado: não se pode simultaneamente servir a dois senhores . O psicanalista, enquanto exerce a Psicanálise na clínica, mesmo em suas variedades mais recentes, breves e menos onerosas, não pode estar subordinado a outro paradigma, seja psicológico, filosófico ou religioso. Desde Oskar Pfister até Hélio Pellegrino, a conciliação duradoura entre Psicanálise e Religião sempre ocorreu de modo individual, à parte do divã, ou de forma apenas teórica no estudo da correlação entre diferentes saberes e de suas conclusões, jamais de modo institucional.

A exclusividade prática do paradigma psicanalítico não implica em obediência cega às crenças freudianas, nem que o profissional não possa acrescentar, além de toda sua experiência de vida, todos acréscimos de sua trajetória profissional, intelectual e espiritual. Mas não se pode praticar a Psicanálise tendo consciente ou inconscientemente o objetivo de subordiná-la a outro saber. Freud deixou escrito de modo muito claro que a Psicanálise constitui um saber crítico de outros saberes, especialmente no que tange Religião, fato que lhe rendeu a inclusão de suas obras no Index Librorum Proibitorum da Igreja Católica, até que este foi destituído de seu valor canônico em 1966. Desde a queima pública das obras de Freud quando do regime Nazista, já não se faz mais fogueiras como antigamente. Mas dentre outras funções, a neutralidade implica em deixar fora do setting toda tentativa de converter o paciente ao que quer que seja. Ou então falta análise ao terapeuta.

Psicanálise: revisionismo e institucionalização
A tentativa de aparentemente aceitar-se a Psicanálise, uma vez que não há mais como negá-la ou voltar no tempo, mas subordinando-a à outro saber, foi nomeada por Althusser de Revisionismo Psicanalítico (s.d). Neste caso ocorre uma falsa aceitação, que em realidade tenta subordinar a Psicanálise a outro paradigma, como o psiquiátrico, e aceitar o inconsciente, desde que como um apêndice da mente. Tentativa de revisionismo que também foi particularmente importante em nosso meio, quando a maior parte dos interessados em Psicanálise era originária da Medicina.

Mais recentemente, com a proliferação em nosso país dos cursos de Psicologia, ocorreu algo semelhante. Apesar da forte resistência à inclusão da (ou até mesmo da completa exclusão) da Psicanálise toda vez que o poder uiversitário e os currículos estiveram sob o domínio de comportamentalistas ou experimentalistas, o tempo levou à obviedade que fundamentos das idéias de Freud e de alguns de seus seguidores são indispensáveis à formação do Psicólogo. Contudo em muitos casos a pseudo-aceitação mal disfarça a tentativa revisionista de reduzir a Psicanálise a apenas mais uma entre várias outras teorias psicológicas, no meio de uma grande feira-livre de disciplinas curriculares. Torna-se patente, pela imensa bibliografia hoje disponível em livros e revistas, pelo desdobramento da teoria e clínica pelos vários autores posteriores a Freud, por sua necessidade para a compreensão das mais diversas disciplinas curriculares da Psicologia - e mesmo algumas da Medicina e da Filosofia -, que a Psicanálise em muito ganha, em quantidade e complexidade, de outros paradigmas psicológicos contemporâneos.

Iniciado na PUC do Rio de Janeiro, ao final dos anos cinqüenta para o início da década de sessenta, o primeiro curso de graduação em Psicologia do Brasil, era caracterizado pela necessidade de terapia pessoal e pelo pequeno número dos alunos: quase uma formação. Hoje é mais que compreensível que a expansão dos cursos de Psicologia, bem como o aumento do número de alunos de cada curso, tenha tornado a Psicologia semelhante aos moldes de todas demais graduações, dispensando a obrigatoriedade de terapia pessoal, ainda mais de uma linha específica.

Mas se a Psicanálise tornou-se o mais amplo e complexo paradigma psicológico contemporâneo, também é aceito que não se superpõe à grade curricular da Psicologia, principalmente no que tange às disciplinas de Psicologia aplicada como: Hospitalar, Jurídica, Escolar, Seleção Profissional, etc. Tornou-se também bem nítida a distinção entre curso de graduação em Psicologia e a necessidade de formação em sociedades não universitárias, seja em Psicanálise, seja em práticas fundamentadas em Jung, Reich, análise de grupo, terapia de família, etc.

A história da Psicanálise no Brasil, à semelhança de muitos outros países, demonstrou ser impossível submetê-la à graduação universitária. Em relação aos cursos de pós-graduação, tanto quanto tenhamos conhecimento, existem duas situações. A primeira constitui-se de cursos de extensão ou pós-graduação lato sensu , com a média de dois anos de duração. Até o presente (2001) nenhum destes cursos foi reconhecido pelo MEC. Mas muitas vezes a conclusão de um curso destes, principalmente associado ao título de Psicólogo, torna o aluno a julgar-se apto do título de Psicanalista. Como foi mencionado, além da dispensa de uma análise pessoal, este profissional encontra-se a margem da teia de transferências, talvez mesmo até à margem do conhecimento da obra de Freud.

O segundo tipo de cursos universitários constitui-se de pós-graduações stricto sensu - Mestrado e Doutorado -, cursos reconhecidos pelo MEC, mas que se intitulam em Teoria Psicanalítica ou Pesquisa e Clínica em Psicanálise . Até o momento o título Psicanálise isoladamente tem sido criteriosamente evitado pela regulamentação oficial. Uma vez que os cursos stricto sensu são vinculados a departamentos ou faculdades de Psicologia, uma das quais, pelo menos, exigindo para o ingresso em seu corpo docente a graduação em Psicologia, também ocorre a tendência de privilegiar e atrelar a Psicanálise à um tipo de profissional e de formação. Mais uma vez também não há qualquer exigência ou controle de análise pessoal, o que arrisca a pensarmos nas conseqüências de um conhecimento predominantemente intelectual da Psicanálise, vertido sobre a forma de resistência.

Seria sinal de extremo desconhecimento negar a importância da obra de Lacan, tanto no que tange à redescoberta e ao desenvolvimento de noções inicialmente freudianas, quanto às contribuições inédiatas do próprio Lacan. Mas, retornando à questão já mencionada da leitura exclusiva da obra de Lacan em detrimento de qualquer leitura direta de Freud, aliada aos fatores descritos nos parágrafos anteriores, pode-se pensar que formidáveis modos de resistência intelectual podem ser criados ou potencializados.

Conclusão - Psicanalista: Missão Impossível
Em resumo temos todas as condições necessárias para imaginar-se que, por um lado: 1 - a Psicanálise poderia ser tida como conhecimento a ser transmitido apenas intelectualmente e não através de um tratamento pessoal; 2- a Psicanálise poderia ser transmitida a parte de qualquer relação transferencial ou genealógica com sua própria história; 3 - a Psicanálise poderia ser reduzida aos esquemas do saber universitário; 4 - a Psicanálise poderia ser considerada como saber parcial de outro paradigma, logo mero anexo da Psicologia ou da Medicina; 5 - a Psicanálise poderia ser transmitida sem a leitura das principais obras de Freud, ou até mesmo da leitura de qualquer obra de Freud; 6 - a análise leiga, ao invés de demonstrar que, portanto, a Psicanálise constitui um paradigma que não é redutível a qualquer outro, e que a instituição psicanalítica é necessária por localizar-se em um espaço autônomo em relação ao de qualquer outra instituição, serve de pretexto para que em nome da Psicanálise venda-se qualquer coisa.

Por outro lado, estariam as asserções que: 1 - a transmissão da Psicanálise pertence à uma linhagem genealógica exclusiva, à semelhança da transmissão Apostólica Romana; 2 - todas outras genealogias são dissidências heréticas, portanto inferiores; 3 - a transmissão genealógica exclusiva possui como inferência lógica que a relação transferencial também é superior e se auto-justifica, independentemente de seu sucesso terapêutico; 4 - as necessidades imperiosas de manutenção da sucessão apostólica permitem o exercício do aforismo que os fins justificam os meios e que, em questões polêmicas como a análise leiga ou a homossexualidade, na prática possam ser invertidas em cento e oitenta graus as proposições escritas pelo próprio Freud; 5 - a análise leiga em especial, não ancorada pelo peso da Universidade, ao invés de refletir a liberdade do saber e prática psicanalíticas frente quaisquer outros, torna-se fonte de vergonha, até que haja a revelação sussurrada e pecaminosa, escutada depois de muitos anos no métier , de que em verdade Melanie Klein não era formada em coisa alguma .

Só nos resta parodiar as palavras de Guimarães Rosa: ao menos no Brasil, ser psicanalista é negócio muito perigoso, porque ainda não se sabe.

* Anchyses Jobim Lopes, Médico (UFRJ), Mestre em Medicina (UFRJ), Doutor em Filosofia (UFRJ), Psicanalista e Membro Efetivo do Circulo Brasileiro de Psicanálise - Seção RJ
Texto apresentado no VI Fórum Brasileiro de Psicanálise, Porto Alegre, Julho 2001.

Referências Bibilográficas:
ALTHUSSER, L. Freud e Lacan, in Estruturalismo - Antologia de Textos Teóricos. Lisboa, Portugália Editora, s.d.
AUDEN, W. H. Poemas. São Paulo, Companhia das Letras, 1986.
FREUD, S. Introductory Lectures on Psycho-analysis, in The Standard Edition of the Complete Psychological Works of Sigmund Freud. London, The Hogarth Press and the Institute of Psycho-Analysis, reprinted 1978.
JULIEN, P. O Retorno a Freud de Jacques Lacan. Porto Alegre, Artes Médicas, 1993.
KUHN, T. S. A Estrutura das Revoluções Científicas. São Paulo, Perspectiva, 2a. edição, 1978
LOPES, A . J. A Psicanálise como Revolução Científica e Mito. Dissertação de Mestrado, Rio de Janeiro, IPUB-UFRJ, 1985.